Das personalidades ilustres oriundas do concelho de Celorico de Basto, destaca-se António da Cunha de Sousa Lobo, também conhecido por Lobo da Reboleira, pelo facto de ter morado na Rua da Reboleira, numa casa que ainda hoje está de pé, na cidade do Porto e que constitui um dos exemplares mais interessantes da arquitectura civil dos finais da Idade Média. Seus pais, "fidalgos de bom sangue", segundo o historiador romancista Eduardo de Noronha, eram à época (sec. XVIII), na Região de Basto, abastados proprietários e os nomes das suas casas e quintas ainda hoje perduram. Além da quinta e Casa da Breia em Molares onde viviam (casa essa que infelizmente, muitos anos mais tarde, haveria de ser destruída), possuíam, também, a quinta da Bouça (Molares), a casa e quintais de Fermil (Veade) e a quinta de Soutelo (Ribas).
António de Sousa Lobo estudou, até completar dezassete anos, no seminário de Braga, na companhia de seu irmão José. Não obstante terem sido bons alunos, nenhum deles recebeu ordens, pois que "os seus temperamentos não se coadunavam com as obrigações eclesiásticas". Uma vez abandonados os estudos seguiram para o Porto onde se dedicaram ao comércio. Mais tarde, porém, o José iria para Lisboa abraçando o mundo das Finanças, enquanto o António, permanecendo no Porto, dedicou-se à exportação e importação de vinhos finos (especialidade em que se notabilizou) e de bacalhau.
Homem inteligente, pertinaz, enérgico, de tacto e muita lisura, António de Sousa Lobo não demorou muito a tornar-se possuidor de uma grande fortuna, pois que, além dos negócios já referidos, tornou-se detentor de prédios e quintas que o faziam ombrear com os mais abastados proprietários do seu tempo. Não fossem essas qualidades, dificilmente se teria recomposto de um grave desaire que teve aquando de um temporal que lhe destruiu, na barra do rio Douro, quase todos os navios da sua frota. As águas tudo tragaram: "vidas e fazendas"! O certo é que "depressa se levantou".
Possuidor de um temperamento económico e homem "fazedor de boas contas", granjeou com isso, todavia, adjectivos nem sempre recomendáveis para uma pessoa de bem: agiota, usurário, avarento, etc.
Ainda segundo Eduardo de Noronha , António de Sousa Lobo era de facto, agarrado ao dinheiro, pois "sabendo o que ele custava, não o desperdiçava", mas daí "a ser miseravelmente avaro vai um abismo". É notável por exemplo, o que ele fez com as irmãs à morte dos pais. Por se revelar, ao tempo, uma atitude inimaginável alguém praticar em condições idênticas, vale apenas relatar.
É o que passamos a fazer.
Como já atrás se referiu, seus pais, Manuel da Cunha e D. Inácia Maria de Sousa Lobo, senhores da casa da Breia, eram detentores de uma grande fortuna. Quando morreram, numa época em que o morgadio ainda se encontrava institucionalizado, António Sousa Lobo propôs ao seu irmão José deixar todos os bens herdados às irmãs, D. Antónia, D. Maria e D. Ana, visto eles serem homens e, como tal, poderem ganhar a vida trabalhando.
Além das propriedades, "deram mais os dois, às suas irmãs, quantias iguais aos maiores dotes que nesse tempo havia na região de Basto" - milhares de cruzados, em dinheiro, e riquíssimos enxovais, aquando dos respectivos casamentos. Segundo a tradição, para o transporte desses enxovais, constituíam-se autênticos cortejos de carros puxados por animais, tais eram grandes e pesados os baús, de couro, ornamentados de taxas de metal amarelo. Autênticos espectáculos públicos para gáudio do povo que os contemplava!
A amizade que nutria à família era notória. Não só o relevante caso que acabámos de descrever nos leva a tal conclusão, como outros gestos patenteados ao longo da sua vida. Conta-se, por exemplo, que um dia seus pais, por motivos de águas, tiveram uma demanda com o dono da Casa do Campo, seu vizinho. O Lobo da Reboleira fez questão de pagar todas as despesas que daí decorreram. Não era, apenas, a família a única contemplada com gestos altruístas como este. "Nunca um conterrâneo seu lhe solicitou auxílio que não lhe concedesse com liberalidade".
De instituições públicas e privadas, associações humanitárias, etc. foi um benemérito de mãos largas. A Santa Casa da Misericórdia e o Hospital do Conde Ferreira, no Porto (locais onde se encontra o seu retrato a óleo e cuja reprodução acima se exibe), são disso bons exemplos.
Não obstante os governantes e políticos procurarem obter dele dividendos, não se tornava fácil demovê-lo, desde que antevisse que havia interesses por parte do poder instalado. Dizia-se comerciante e não político. É que "a política não enriquece os homens honrados..." no seu entender.
A Rainha Dona Maria II quis-lhe dar o título de visconde ou fazer dele comendador. O máximo que conseguiram dele foi, a muito custo, que aceitasse o lugar de vereador da Câmara Municipal do Porto, funções que exercia, por isso mesmo, sem muita convicção.
Contam-se várias histórias que não só confirmam a sua forma de pensar e de actuar, como ilustram o conceito que fazia dos políticos e seus apaniguados.
Um dia, numa reunião da Câmara em que estava presente o Senhor Lobo da Reboleira, o seu Presidente, antevendo uma visita ao Porto de sua Majestade Real e, querendo dar maior dignidade às cerimónias que ali se pudessem realizar, aconselhou que, para certos actos, os senhores vereadores passassem a usar uma farda concebida especialmente para estas ocasiões. Constando-lhe, algum tempo depois, que apenas Sousa Lobo não havia mandado confeccionar a respectiva farda, e estando previsto um encontro com suas Altezas, em visita ao Porto, pediu que fosse ao seu gabinete recomendando-lhe que não descurasse o assunto da farda.
Chegado o dia marcado da visita Real, e havendo-se os senhores vereadores concentrado no palácio da Municipalidade para o encontro que se seguiria com Dona Maria II, apenas Sousa Lobo não compareceu.
Tal facto muito inquietou o Presidente. Quando se preparava um emissário para indagar da sua ausência, eis que aparece um criado do senhor vereador com um tabuleiro de prata e um bilhete que o Presidente da Câmara leu em voz alta:
"Senhor Presidente:
Se a questão é da farda, e não de pessoa, aí mando o que deseja.
S. L.”
Só uma ida do Chefe da edilidade portuense a casa de tão sui generis Vereador, haveria de convencê-lo a mudar de atitude.
Em outra ocasião, e após o Marechal Saldanha ter concedido "títulos de conveniência"- visconde, barão, comendador e outros – o Lobo da Reboleira ao passar na Rua dos Ingleses, com duas grandes pescadas na mão que fora buscar a um seu navio ancorado na Ribeira, cruzou-se com um grupo onde estava um visconde e dois comendadores dos tais. O visconde, pretendendo ridicularizá-lo, pergunta-lhe com pseudo ingenuidade: "Oh, Sr. Sousa Lobo! Então Vossa Mercê não tem um pataco para dar a um garoto que lhe leve a pescada?", ao que prontamente respondeu: - "O pataco tenho; o que não há são garotos para recados: foram todos feitos viscondes".
"Não posso engolir estes nobres de fresca data; fazem-me o efeito de máscaras". - confidenciara ele ao sobrinho António.
António Teixeira Monteiro de Sousa Lobo era o sobrinho querido do Lobo da Reboleira. Quarto filho de sua irmã Ana e de Manuel José Teixeira Monteiro da Cunha - donos das Casas Novas da freguesia de Gémeos, onde nasceu em 1812 - era o único familiar com quem o Lobo da Reboleira mantinha relações de convivência. Viveu com o tio, antes de casar, alguns anos. Daí os diálogos constantes entre ambos, ora críticos, ora jocosos, merecendo alguns deles ser relembrados, para melhor se conhecer o carácter e forma de pensar de tão bizarra personalidade.
A propósito da confidência atrás referida e depois de aconselhar o tio a ser mais prudente nas respostas e frugal nos comentários, evitando algumas contrariedades como as que já tinha tido, pergunta-lhe o António:
- Porque não modifica o seu génio?
- Porque não quero. Um pergaminho que cria linhagem - acrescenta - deve ser um espelho de límpido cristal a reflectir com a maior exactidão o carácter do agraciado e o valor da obra determinante da graça.
- Não será exigir muito, tio?
- Não sabes o que dizes. Estes negócios de heráldica, de genealogia, de fidalguia, de sangue azul, andam cada vez mais descurados e mais tortos... e sempre com tendência para pior.
- Vai o tio endireitá-los, talvez? - retorquiu o sobrinho.
- Eu perdoo que o nascimento não seja ilustre, que a nobreza venha da mãe e não do pai; o que não compreendo é que um militar falte ao juramento de fidelidade à rainha e receba uma mercê; que um negreiro, farto de vender pretos livres como escravos, receba por título de barão; e que um funcionário prevaricador se adorne com o escudo de visconde, quando devia arrastar a grilheta dos calcetas.
Era, assim, o Lobo da Reboleira: justo, pragmático, realista, honrado. Soube criar riqueza com inteligência e espírito de economia. Ao contrário do que as más-línguas e os invejosos propagandeavam, apoiava com ajudas financeiras, os necessitados, instituições públicas, associações humanitárias, hospitais. Não voltava as costas à família, nem aos conterrâneos sempre que tinha conhecimento que a sua intervenção era importante. O seu grande "pecado" foi, para alguns familiares, ter feito testamento a favor de Justino Ferreira Pinto Basto, seu amigo pessoal, a quem reconhecia dotes de bom gestor e seriedade.
António da Cunha de Sousa Lobo morreu, no Porto, no dia 6 de Março de 1866, com cerca de 81 anos.
Ainda assistiu, já não como vereador, mas como mesário da Santa Casa da Misericórdia do Porto à inauguração, em simultâneo, do Palácio de Cristal e da Feira Internacional, que ocorrera a l8 de Setembro de 1865, na presença do Rei D. Luís I.
Fora casado, mas cedo enviuvou, e não deixou filhos.
Qualquer Celoricense ao conhecer os atributos deste seu conterrâneo que projectou o nome de Portugal, para além fronteiras, numa época politicamente conturbada, tem sobejos motivos para se sentir orgulhoso.
Homem inteligente, pertinaz, enérgico, de tacto e muita lisura, António de Sousa Lobo não demorou muito a tornar-se possuidor de uma grande fortuna, pois que, além dos negócios já referidos, tornou-se detentor de prédios e quintas que o faziam ombrear com os mais abastados proprietários do seu tempo. Não fossem essas qualidades, dificilmente se teria recomposto de um grave desaire que teve aquando de um temporal que lhe destruiu, na barra do rio Douro, quase todos os navios da sua frota. As águas tudo tragaram: "vidas e fazendas"! O certo é que "depressa se levantou".
Possuidor de um temperamento económico e homem "fazedor de boas contas", granjeou com isso, todavia, adjectivos nem sempre recomendáveis para uma pessoa de bem: agiota, usurário, avarento, etc.
Ainda segundo Eduardo de Noronha , António de Sousa Lobo era de facto, agarrado ao dinheiro, pois "sabendo o que ele custava, não o desperdiçava", mas daí "a ser miseravelmente avaro vai um abismo". É notável por exemplo, o que ele fez com as irmãs à morte dos pais. Por se revelar, ao tempo, uma atitude inimaginável alguém praticar em condições idênticas, vale apenas relatar.
É o que passamos a fazer.
Como já atrás se referiu, seus pais, Manuel da Cunha e D. Inácia Maria de Sousa Lobo, senhores da casa da Breia, eram detentores de uma grande fortuna. Quando morreram, numa época em que o morgadio ainda se encontrava institucionalizado, António Sousa Lobo propôs ao seu irmão José deixar todos os bens herdados às irmãs, D. Antónia, D. Maria e D. Ana, visto eles serem homens e, como tal, poderem ganhar a vida trabalhando.
Além das propriedades, "deram mais os dois, às suas irmãs, quantias iguais aos maiores dotes que nesse tempo havia na região de Basto" - milhares de cruzados, em dinheiro, e riquíssimos enxovais, aquando dos respectivos casamentos. Segundo a tradição, para o transporte desses enxovais, constituíam-se autênticos cortejos de carros puxados por animais, tais eram grandes e pesados os baús, de couro, ornamentados de taxas de metal amarelo. Autênticos espectáculos públicos para gáudio do povo que os contemplava!
A amizade que nutria à família era notória. Não só o relevante caso que acabámos de descrever nos leva a tal conclusão, como outros gestos patenteados ao longo da sua vida. Conta-se, por exemplo, que um dia seus pais, por motivos de águas, tiveram uma demanda com o dono da Casa do Campo, seu vizinho. O Lobo da Reboleira fez questão de pagar todas as despesas que daí decorreram. Não era, apenas, a família a única contemplada com gestos altruístas como este. "Nunca um conterrâneo seu lhe solicitou auxílio que não lhe concedesse com liberalidade".
De instituições públicas e privadas, associações humanitárias, etc. foi um benemérito de mãos largas. A Santa Casa da Misericórdia e o Hospital do Conde Ferreira, no Porto (locais onde se encontra o seu retrato a óleo e cuja reprodução acima se exibe), são disso bons exemplos.
Não obstante os governantes e políticos procurarem obter dele dividendos, não se tornava fácil demovê-lo, desde que antevisse que havia interesses por parte do poder instalado. Dizia-se comerciante e não político. É que "a política não enriquece os homens honrados..." no seu entender.
A Rainha Dona Maria II quis-lhe dar o título de visconde ou fazer dele comendador. O máximo que conseguiram dele foi, a muito custo, que aceitasse o lugar de vereador da Câmara Municipal do Porto, funções que exercia, por isso mesmo, sem muita convicção.
Contam-se várias histórias que não só confirmam a sua forma de pensar e de actuar, como ilustram o conceito que fazia dos políticos e seus apaniguados.
Um dia, numa reunião da Câmara em que estava presente o Senhor Lobo da Reboleira, o seu Presidente, antevendo uma visita ao Porto de sua Majestade Real e, querendo dar maior dignidade às cerimónias que ali se pudessem realizar, aconselhou que, para certos actos, os senhores vereadores passassem a usar uma farda concebida especialmente para estas ocasiões. Constando-lhe, algum tempo depois, que apenas Sousa Lobo não havia mandado confeccionar a respectiva farda, e estando previsto um encontro com suas Altezas, em visita ao Porto, pediu que fosse ao seu gabinete recomendando-lhe que não descurasse o assunto da farda.
Chegado o dia marcado da visita Real, e havendo-se os senhores vereadores concentrado no palácio da Municipalidade para o encontro que se seguiria com Dona Maria II, apenas Sousa Lobo não compareceu.
Tal facto muito inquietou o Presidente. Quando se preparava um emissário para indagar da sua ausência, eis que aparece um criado do senhor vereador com um tabuleiro de prata e um bilhete que o Presidente da Câmara leu em voz alta:
"Senhor Presidente:
Se a questão é da farda, e não de pessoa, aí mando o que deseja.
S. L.”
Só uma ida do Chefe da edilidade portuense a casa de tão sui generis Vereador, haveria de convencê-lo a mudar de atitude.
Em outra ocasião, e após o Marechal Saldanha ter concedido "títulos de conveniência"- visconde, barão, comendador e outros – o Lobo da Reboleira ao passar na Rua dos Ingleses, com duas grandes pescadas na mão que fora buscar a um seu navio ancorado na Ribeira, cruzou-se com um grupo onde estava um visconde e dois comendadores dos tais. O visconde, pretendendo ridicularizá-lo, pergunta-lhe com pseudo ingenuidade: "Oh, Sr. Sousa Lobo! Então Vossa Mercê não tem um pataco para dar a um garoto que lhe leve a pescada?", ao que prontamente respondeu: - "O pataco tenho; o que não há são garotos para recados: foram todos feitos viscondes".
"Não posso engolir estes nobres de fresca data; fazem-me o efeito de máscaras". - confidenciara ele ao sobrinho António.
António Teixeira Monteiro de Sousa Lobo era o sobrinho querido do Lobo da Reboleira. Quarto filho de sua irmã Ana e de Manuel José Teixeira Monteiro da Cunha - donos das Casas Novas da freguesia de Gémeos, onde nasceu em 1812 - era o único familiar com quem o Lobo da Reboleira mantinha relações de convivência. Viveu com o tio, antes de casar, alguns anos. Daí os diálogos constantes entre ambos, ora críticos, ora jocosos, merecendo alguns deles ser relembrados, para melhor se conhecer o carácter e forma de pensar de tão bizarra personalidade.
A propósito da confidência atrás referida e depois de aconselhar o tio a ser mais prudente nas respostas e frugal nos comentários, evitando algumas contrariedades como as que já tinha tido, pergunta-lhe o António:
- Porque não modifica o seu génio?
- Porque não quero. Um pergaminho que cria linhagem - acrescenta - deve ser um espelho de límpido cristal a reflectir com a maior exactidão o carácter do agraciado e o valor da obra determinante da graça.
- Não será exigir muito, tio?
- Não sabes o que dizes. Estes negócios de heráldica, de genealogia, de fidalguia, de sangue azul, andam cada vez mais descurados e mais tortos... e sempre com tendência para pior.
- Vai o tio endireitá-los, talvez? - retorquiu o sobrinho.
- Eu perdoo que o nascimento não seja ilustre, que a nobreza venha da mãe e não do pai; o que não compreendo é que um militar falte ao juramento de fidelidade à rainha e receba uma mercê; que um negreiro, farto de vender pretos livres como escravos, receba por título de barão; e que um funcionário prevaricador se adorne com o escudo de visconde, quando devia arrastar a grilheta dos calcetas.
Era, assim, o Lobo da Reboleira: justo, pragmático, realista, honrado. Soube criar riqueza com inteligência e espírito de economia. Ao contrário do que as más-línguas e os invejosos propagandeavam, apoiava com ajudas financeiras, os necessitados, instituições públicas, associações humanitárias, hospitais. Não voltava as costas à família, nem aos conterrâneos sempre que tinha conhecimento que a sua intervenção era importante. O seu grande "pecado" foi, para alguns familiares, ter feito testamento a favor de Justino Ferreira Pinto Basto, seu amigo pessoal, a quem reconhecia dotes de bom gestor e seriedade.
António da Cunha de Sousa Lobo morreu, no Porto, no dia 6 de Março de 1866, com cerca de 81 anos.
Ainda assistiu, já não como vereador, mas como mesário da Santa Casa da Misericórdia do Porto à inauguração, em simultâneo, do Palácio de Cristal e da Feira Internacional, que ocorrera a l8 de Setembro de 1865, na presença do Rei D. Luís I.
Fora casado, mas cedo enviuvou, e não deixou filhos.
Qualquer Celoricense ao conhecer os atributos deste seu conterrâneo que projectou o nome de Portugal, para além fronteiras, numa época politicamente conturbada, tem sobejos motivos para se sentir orgulhoso.
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