"O dia 1 de Dezembro de 1640 amanheceu [...] alegre. [...] Tinham combinado os conspiradores juntar-se às nove horas da manhã, no Terreiro do Paço. Meia hora antes já todos ocupavam os seus postos. Chegavam tão tranquilos que perguntando uns dos da sua companhia a João Pinto Ribeiro "Onde iam?" respondeu-lhe sorrindo: "Não se altere. Chegamos ali abaixo à sala real e é um instante enquanto tiramos um rei e pomos outro." [...]
Bateram, finalmente, as 9 horas. De súbito abrem-se as portinholas dos coches; [...] saltam por elas os fidalgos [...] e sobem as escadas do paço. Muitos nobres e populares aguardam impacientes que um tiro de pistola, disparado do palácio, lhes dê sinal de travarem também a luta. Os conspiradores, entretanto, investem a sala da guarda, apanhando os soldados atónitos [...]. D. Miguel de Almeida [...] assomando-se às varandas do palácio [...] bradou com voz sufocada de comoção: "Liberdade, portugueses! Viva El-Rei D. João IV! O Duque de Bragança é o nosso legítimo rei!" [...].
Da praça, onde a multidão se agitava em ondas, respondeu-lhe um trovão de vozes.
[…] Chegaram finalmente os conspiradores à porta dos aposentos de Miguel de Vasconcelos. Bateram os fidalgos e, vendo que a porta não se abria, começaram a despedaçá-la com [...] machados [...]. Miguel de Vasconcelos, sentindo a morte próxima, escondeu-se dentro de um armário de papéis. [...] Descoberto, no mesmo instante [...] atravessaram-no com as espadas [...]. Uns criados, mal o viram caído no chão, segurando nos braços do corpo, arremessaram-no por uma janela. Era o infeliz tão detestado [...] que ninguém se comoveu […]."
Da praça, onde a multidão se agitava em ondas, respondeu-lhe um trovão de vozes.
[…] Chegaram finalmente os conspiradores à porta dos aposentos de Miguel de Vasconcelos. Bateram os fidalgos e, vendo que a porta não se abria, começaram a despedaçá-la com [...] machados [...]. Miguel de Vasconcelos, sentindo a morte próxima, escondeu-se dentro de um armário de papéis. [...] Descoberto, no mesmo instante [...] atravessaram-no com as espadas [...]. Uns criados, mal o viram caído no chão, segurando nos braços do corpo, arremessaram-no por uma janela. Era o infeliz tão detestado [...] que ninguém se comoveu […]."
In História de Portugal nos Séculos XVII e XVIII de Rebelo da Silva
João Pinto Ribeiro célebre conjurado da revolução de 1 de Dezembro de 1640, nasceu no começo da última década do século XVI em Lisboa. Era filho de Manuel Pinto Ribeiro, natural de Amarante, que ainda jovem partiu para Lisboa tendo regressado à sua terra em 1610 onde viveu até 1646 no lugar de Frariz na freguesia de Lufrei, e de Helena Gomes da Silva, natural da Lixa.
Teve uma irmã, Francisca Ribeira da Silva, casada com Manuel de Sousa Pereira, senhor da quinta de Crasto, na freguesia de Gatão, que então pertencia ao Concelho de Celorico de Basto.
Deste casamento, teve um filho, o capitão António Pinto de Sousa, que viveu em Celorico de Basto na quinta da Refontoura (Gémeos) e depois na quinta de Santo Andou (Arnoia) propriedade de sua mulher.
Será esta a verdadeira ligação de D. João Pinto Ribeiro às terras e gentes de Celorico de Basto?
João Pinto Ribeiro formou-se na Universidade de Coimbra (1607-1617) com o grau de bacharel em Direito-Canónico. Foi Juiz de fora das Vilas de Pinhel e Ponte de Lima; Administrador dos negócios da Casa de Bragança em Lisboa; Agente da aclamação de D. João IV; Cavaleiro da Ordem de Cristo; Guarda-Mor da Torre do Tombo e Desembargador do Paço.
Foi casado com D. Maria da Fonseca, "que se achava no estado de viuvez e com filhos do seu primeiro marido". João Pinto Ribeiro morreu em 10 de Agosto de 1649 sem deixar filhos legítimos ou ilegítimos.
Em reunião da Câmara Municipal de Celorico de Basto, a 12 de Julho de 1940, com a presença do Presidente substituto em exercício, Dr. Joaquim Bernardino Machado Cardoso e os vereadores, Padre Manuel Lopes da Cunha e o Sr. Francisco Teixeira da Silva, e ausência justificada dos vereadores Roberto Vaz Teixeira de Vasconcelos e João Gomes Ferreira, foi aprovada por unanimidade a proposta subscrita pelo vereador Padre Manuel Lopes da Cunha:
“Estando averiguado que João Pinto Ribeiro, um dos maiores heróis desse grupo de homens que no primeiro de Dezembro de 1640, numa hora de febre patriótica e num delírio de amor pátrio, resolveu sacudir o jugo estrangeiro que durante sessenta anos escravizara o clero, a nobreza e o povo às mais vexatórias humilhações, tivera o seu carinhoso berço dentro dos limites deste Concelho, na fidalga e risonha freguesia de Arnoia, e comemorando-se este ano o terceiro centenário de tão grande feito, proponho à Excelentíssima Câmara que se levante uma estátua ou busto a tão assinalado herói na Praça ou Jardim desta Vila, fazendo-se a sua inauguração no primeiro de Dezembro do ano corrente. […] Considerando porém as precárias condições financeiras deste município, proponho ainda que se proceda imediatamente a uma subscrição pública para auxiliar as despesas.”
Teve uma irmã, Francisca Ribeira da Silva, casada com Manuel de Sousa Pereira, senhor da quinta de Crasto, na freguesia de Gatão, que então pertencia ao Concelho de Celorico de Basto.
Deste casamento, teve um filho, o capitão António Pinto de Sousa, que viveu em Celorico de Basto na quinta da Refontoura (Gémeos) e depois na quinta de Santo Andou (Arnoia) propriedade de sua mulher.
Será esta a verdadeira ligação de D. João Pinto Ribeiro às terras e gentes de Celorico de Basto?
João Pinto Ribeiro formou-se na Universidade de Coimbra (1607-1617) com o grau de bacharel em Direito-Canónico. Foi Juiz de fora das Vilas de Pinhel e Ponte de Lima; Administrador dos negócios da Casa de Bragança em Lisboa; Agente da aclamação de D. João IV; Cavaleiro da Ordem de Cristo; Guarda-Mor da Torre do Tombo e Desembargador do Paço.
Foi casado com D. Maria da Fonseca, "que se achava no estado de viuvez e com filhos do seu primeiro marido". João Pinto Ribeiro morreu em 10 de Agosto de 1649 sem deixar filhos legítimos ou ilegítimos.
Em reunião da Câmara Municipal de Celorico de Basto, a 12 de Julho de 1940, com a presença do Presidente substituto em exercício, Dr. Joaquim Bernardino Machado Cardoso e os vereadores, Padre Manuel Lopes da Cunha e o Sr. Francisco Teixeira da Silva, e ausência justificada dos vereadores Roberto Vaz Teixeira de Vasconcelos e João Gomes Ferreira, foi aprovada por unanimidade a proposta subscrita pelo vereador Padre Manuel Lopes da Cunha:
“Estando averiguado que João Pinto Ribeiro, um dos maiores heróis desse grupo de homens que no primeiro de Dezembro de 1640, numa hora de febre patriótica e num delírio de amor pátrio, resolveu sacudir o jugo estrangeiro que durante sessenta anos escravizara o clero, a nobreza e o povo às mais vexatórias humilhações, tivera o seu carinhoso berço dentro dos limites deste Concelho, na fidalga e risonha freguesia de Arnoia, e comemorando-se este ano o terceiro centenário de tão grande feito, proponho à Excelentíssima Câmara que se levante uma estátua ou busto a tão assinalado herói na Praça ou Jardim desta Vila, fazendo-se a sua inauguração no primeiro de Dezembro do ano corrente. […] Considerando porém as precárias condições financeiras deste município, proponho ainda que se proceda imediatamente a uma subscrição pública para auxiliar as despesas.”
O monumento com o busto de João Pinto Ribeiro foi colocado no centro do jardim público da Praça Albino Alves Pereira, em frente ao antigo edifício da Câmara Municipal onde actualmente está instalada a Casa do Agricultor. Com as obras de requalificação do Centro Urbano da Sede do Concelho no ano de 2006 foi deslocado para o extremo da referida praça.
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