Moradia senhorial do séc. XVIII, na freguesia de Gémeos, concelho de Celorico de Basto, construída em granito da região, foi sujeita, ao longo dos tempos, a várias transformações arquitectónicas, de acordo com as necessidades agrícolas e utilizações familiares.
A quinta, caracterizada por um conjunto global de meia encosta, de morfologia harmoniosa, debruçada sobre a Serra do Marão, fica distanciada, do antigo centro da vila, cerca de dois quilómetros. A sua excelente exposição, o tipo de parcelas que a constitui e as nascentes de água que ali existem, fizeram dela, noutros tempos, um magnífico celeiro do Baixo Minho. Possui um moinho hidráulico, casa de caseiro, eira, alpendre e espigueiro, pelo que o fabrico do pão constituía uma actividade autónoma.
Simultaneamente, produzia outros géneros alimentares: hortícolas, pomares, azeite e um excelente vinho verde, ainda hoje de reconhecida qualidade.
A casa, em L, desenhada e implantada segundo esquemas arquitectónicos tradicionais, privilegia os melhores conceitos de qualidade de vida, principalmente no que respeita à exposição solar. Desenvolvendo-se em três pisos, tira partido do desnivelamento do terreno. As paredes exteriores, cuja espessura varia entre 40 e 80 cm., são de granito. As interiores, quase todas em tabique, para melhor respiração; o vigamento de suporte é constituído por traves originais em madeira de castanho, sendo, igualmente, de madeira os pavimentos e os tectos, um dos quais em formato de masseira. Os telhados, de três e de quatro águas, são, quase todos, em telha antiga de meia cana, tipo marselha, e assentes, há poucos anos, em placas ondoline, para melhor isolamento.
Envolvida por grandiosas cordilheiras de montanha, a casa situa-se num local paradisíaco de onde se vislumbram as silhuetas imponentes do Monte da Sr.ª da Graça, serras do Alvão e Marão que lhes conferem, no seu todo, uma dignidade peculiar. De uma flora, particularmente bela e variada, emanam odores de encher a alma e enriquece a vista de quem a contempla. São glicínias a serpentear muros e ramadas. São japoneiras ancestrais a decorar espaços. São múltiplos especímenes de jardim a preencher canteiros. Como complemento de um cenário idílico, numa mística feita de sonho, há frondosas copas, ora de laranjeiras, macieiras e cerejeiras bravas, ora de castanheiros, oliveiras, carvalhos e eucaliptos gigantes. Por baixo, aqui e ali, pictóricos tapetes de urze servem de alimento a laboriosas e infatigáveis abelhas de cortiço.
A moradia possui "pedra de armas" na parede da entrada principal.
São conhecidas, pelo menos, sete gerações, as que viveram nesta casa, todas elas ligadas ao mesmo tronco familiar. Foi seu dono o Padre Francisco Monteiro Teixeira, do Rego, filho de Manuel Monteiro da Cunha e de D. Ana Maria Teixeira que, à sua morte e à morte de seu irmão e cunhada, respectivamente, Manuel José Teixeira Monteiro da Cunha e D. Ana (seus proprietários seguintes), transitou para o filho destes, Francisco, mais conhecido por Alferes das Casas Novas.
Refira-se que a mãe de Francisco, D. Ana, era filha de Manuel da Cunha e de D. Inácia Maria de Sousa Lobo, senhores da Casa da Breia, de Molares, e irmã do ilustre celoricense, António da Cunha de Sousa Lobo, mais conhecido por Lobo da Reboleira, que se notabilizou, no Porto, na exportação de vinhos finos para a Inglaterra.
O Alferes das Casas Novas, casado que foi com D. Maria Leonor (irmã do Frei Fernando, senhor da quinta e Casa do Casal, em Arnóia), não tendo filhos, criou e educou a sobrinha e afilhada Maria Leonor, filha do seu irmão António. António "sobrinho querido do Lobo da Reboleira", nasceu nesta moradia, em 20 de Novembro de 1812. Segundo Eduardo de Noronha, o pai de Maria Leonor viveu com o tio até se casar com Ana Rosa Alves da Mota, da Casa da Mota, Fervença. Deste casamento, houve, além da Maria Leonor, mais seis filhos: José, Fernando, Francisco, Aldejundes, Gonçalo, (proprietário que foi da Quinta dos Barreiros - Ribas) e Vasco Gustavo (proprietário que foi da quinta e Casa de Fontão, em Fervença).
Conta-se que Maria Leonor, vítima de uma educação austera por parte dos padrinhos e tios, não tendo autorização para casar com quem namorava às escondidas, aproveitando-se das missas dominicais, teve que se fazer de raptada e levada, numa manhã, a coberto da ténue luz do alvorecer (e em conluio com uma fiel criada), no dorso de um cavalo que o destemido namorado, garbosamente montava. O autor de tal odisseia foi o fidalgo da Casa de Loureiro, Casimiro Machado de Moura e Cunha, pai, que viria a ser, do futuro proprietário da Casa e Quinta das Casas Novas, Dr. Albano Monteiro da Cunha Machado.
O Dr. Albano casou com D. Felisberta Gonçalves de Magalhães e Silva, proprietária da quinta e Casa do Vinhal, em Fervença, e de outra quinta em S. Bartolomeu do Rego.
Nos primeiros tempos de casados, e enquanto a Casa passava por obras e benfeitorias de vária ordem, o casal viveu na Casa da Lage (Gémeos), de parentes seus. Ali nasceu a sua única filha, Maria Leonor, no dia 4 de Agosto de 1901. Três anos mais tarde a mãe de Maria Leonor morria, vítima de tifo.
A futura dona desta propriedade, D. Maria Leonor da Cunha Machado, viria a consorciar-se com Joaquim Narciso Bahia, filho de Deodoro Pereira Bahia e de Maria do Céu Machado da Cunha Guimarães, da Casa de Loureiro (Gémeos). Como se pode inferir pelo exposto, tanto a casa como a quinta foram, ao longo de gerações, sempre pertença do mesmo tronco familiar, cujos ramos estiveram ligados às mais importantes casas senhoriais da Região de Basto. Assim, além das Casas atrás referidas, Maria Leonor da Cunha Machado Bahia, por ascendência, tinha ligação com outras conhecidas do concelho de Celorico de Basto, tais como: Casa de Soutelo (Ribas), Casa da Lama, Casa de Vilar, Casa de Fundevila (Ourilhe), Casa da Boavista (Veade), Casa da Ribeira, Casal de Nine, Casa da Sr.ª da Saúde e Casa da Avenida (Britelo).
Os irmãos Machado Bahia, Jorge Manuel, Mário César e Maria Helena, filhos de D. Maria Leonor e de Joaquim Narciso Bahia, já falecidos, são os actuais proprietários desta Casa e Quinta que deu nome, também, ao lugar onde se localiza.
A quinta, caracterizada por um conjunto global de meia encosta, de morfologia harmoniosa, debruçada sobre a Serra do Marão, fica distanciada, do antigo centro da vila, cerca de dois quilómetros. A sua excelente exposição, o tipo de parcelas que a constitui e as nascentes de água que ali existem, fizeram dela, noutros tempos, um magnífico celeiro do Baixo Minho. Possui um moinho hidráulico, casa de caseiro, eira, alpendre e espigueiro, pelo que o fabrico do pão constituía uma actividade autónoma.
Simultaneamente, produzia outros géneros alimentares: hortícolas, pomares, azeite e um excelente vinho verde, ainda hoje de reconhecida qualidade.
A casa, em L, desenhada e implantada segundo esquemas arquitectónicos tradicionais, privilegia os melhores conceitos de qualidade de vida, principalmente no que respeita à exposição solar. Desenvolvendo-se em três pisos, tira partido do desnivelamento do terreno. As paredes exteriores, cuja espessura varia entre 40 e 80 cm., são de granito. As interiores, quase todas em tabique, para melhor respiração; o vigamento de suporte é constituído por traves originais em madeira de castanho, sendo, igualmente, de madeira os pavimentos e os tectos, um dos quais em formato de masseira. Os telhados, de três e de quatro águas, são, quase todos, em telha antiga de meia cana, tipo marselha, e assentes, há poucos anos, em placas ondoline, para melhor isolamento.
Envolvida por grandiosas cordilheiras de montanha, a casa situa-se num local paradisíaco de onde se vislumbram as silhuetas imponentes do Monte da Sr.ª da Graça, serras do Alvão e Marão que lhes conferem, no seu todo, uma dignidade peculiar. De uma flora, particularmente bela e variada, emanam odores de encher a alma e enriquece a vista de quem a contempla. São glicínias a serpentear muros e ramadas. São japoneiras ancestrais a decorar espaços. São múltiplos especímenes de jardim a preencher canteiros. Como complemento de um cenário idílico, numa mística feita de sonho, há frondosas copas, ora de laranjeiras, macieiras e cerejeiras bravas, ora de castanheiros, oliveiras, carvalhos e eucaliptos gigantes. Por baixo, aqui e ali, pictóricos tapetes de urze servem de alimento a laboriosas e infatigáveis abelhas de cortiço.
A moradia possui "pedra de armas" na parede da entrada principal.
São conhecidas, pelo menos, sete gerações, as que viveram nesta casa, todas elas ligadas ao mesmo tronco familiar. Foi seu dono o Padre Francisco Monteiro Teixeira, do Rego, filho de Manuel Monteiro da Cunha e de D. Ana Maria Teixeira que, à sua morte e à morte de seu irmão e cunhada, respectivamente, Manuel José Teixeira Monteiro da Cunha e D. Ana (seus proprietários seguintes), transitou para o filho destes, Francisco, mais conhecido por Alferes das Casas Novas.
Refira-se que a mãe de Francisco, D. Ana, era filha de Manuel da Cunha e de D. Inácia Maria de Sousa Lobo, senhores da Casa da Breia, de Molares, e irmã do ilustre celoricense, António da Cunha de Sousa Lobo, mais conhecido por Lobo da Reboleira, que se notabilizou, no Porto, na exportação de vinhos finos para a Inglaterra.
O Alferes das Casas Novas, casado que foi com D. Maria Leonor (irmã do Frei Fernando, senhor da quinta e Casa do Casal, em Arnóia), não tendo filhos, criou e educou a sobrinha e afilhada Maria Leonor, filha do seu irmão António. António "sobrinho querido do Lobo da Reboleira", nasceu nesta moradia, em 20 de Novembro de 1812. Segundo Eduardo de Noronha, o pai de Maria Leonor viveu com o tio até se casar com Ana Rosa Alves da Mota, da Casa da Mota, Fervença. Deste casamento, houve, além da Maria Leonor, mais seis filhos: José, Fernando, Francisco, Aldejundes, Gonçalo, (proprietário que foi da Quinta dos Barreiros - Ribas) e Vasco Gustavo (proprietário que foi da quinta e Casa de Fontão, em Fervença).
Conta-se que Maria Leonor, vítima de uma educação austera por parte dos padrinhos e tios, não tendo autorização para casar com quem namorava às escondidas, aproveitando-se das missas dominicais, teve que se fazer de raptada e levada, numa manhã, a coberto da ténue luz do alvorecer (e em conluio com uma fiel criada), no dorso de um cavalo que o destemido namorado, garbosamente montava. O autor de tal odisseia foi o fidalgo da Casa de Loureiro, Casimiro Machado de Moura e Cunha, pai, que viria a ser, do futuro proprietário da Casa e Quinta das Casas Novas, Dr. Albano Monteiro da Cunha Machado.
O Dr. Albano casou com D. Felisberta Gonçalves de Magalhães e Silva, proprietária da quinta e Casa do Vinhal, em Fervença, e de outra quinta em S. Bartolomeu do Rego.
Nos primeiros tempos de casados, e enquanto a Casa passava por obras e benfeitorias de vária ordem, o casal viveu na Casa da Lage (Gémeos), de parentes seus. Ali nasceu a sua única filha, Maria Leonor, no dia 4 de Agosto de 1901. Três anos mais tarde a mãe de Maria Leonor morria, vítima de tifo.
A futura dona desta propriedade, D. Maria Leonor da Cunha Machado, viria a consorciar-se com Joaquim Narciso Bahia, filho de Deodoro Pereira Bahia e de Maria do Céu Machado da Cunha Guimarães, da Casa de Loureiro (Gémeos). Como se pode inferir pelo exposto, tanto a casa como a quinta foram, ao longo de gerações, sempre pertença do mesmo tronco familiar, cujos ramos estiveram ligados às mais importantes casas senhoriais da Região de Basto. Assim, além das Casas atrás referidas, Maria Leonor da Cunha Machado Bahia, por ascendência, tinha ligação com outras conhecidas do concelho de Celorico de Basto, tais como: Casa de Soutelo (Ribas), Casa da Lama, Casa de Vilar, Casa de Fundevila (Ourilhe), Casa da Boavista (Veade), Casa da Ribeira, Casal de Nine, Casa da Sr.ª da Saúde e Casa da Avenida (Britelo).
Os irmãos Machado Bahia, Jorge Manuel, Mário César e Maria Helena, filhos de D. Maria Leonor e de Joaquim Narciso Bahia, já falecidos, são os actuais proprietários desta Casa e Quinta que deu nome, também, ao lugar onde se localiza.