Não se sabe ao certo em que ano começaram as Festas de Nossa Senhora de Cima, na freguesia de Borba da Montanha em Celorico de Basto. No entanto, a denominação de “Senhora de Cima”, advém da Assunção da Virgem Maria, informalmente conhecida por Assunção, celebrada a 15 de Agosto.
Segundo os dados biográficos, revelados nos Evangelhos, tratava-se de uma jovem donzela virgem quando concebeu Jesus.
Foi o arcanjo Gabriel quem anunciou que seria Maria a mãe do Filho de Deus: “ficará grávida e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Jesus…O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com a sua sombra. Assim, aquele que nascer será chamado santo, Filho de Deus.”
O dogma da Assunção aos Céus refere-se a que a Mãe de Deus, no fim da sua vida terrena foi “assumpta”, isto é, elevada em corpo e alma à glória celestial. Pela tradição cristã foram os arcanjos Gabriel e Miguel que A levaram ao céu. Deus queria conservar a integridade do corpo daquela que gerou o seu Filho.
Este dogma foi proclamado, solenemente no dia 1 de Novembro de 1950, pelo Papa Pio XII. Pela importância da Sua missão, como Mãe de Jesus, Maria não só foi proclamada Rainha do céu, quando levada para viver ao lado de Deus, mas também proclamada Mãe da Igreja.
A solenidade da Assunção da Virgem Maria existe desde os primórdios do catolicismo.
Atualmente, as festividades recordam como a Mãe de Jesus Cristo recebeu a recompensa das suas obras, dos seus sofrimentos, penitências e virtudes.
Maria Santíssima pela sua gloriosa Assunção é considerada pela Igreja Católica a Rainha de todos os Santos.
Das memórias dos últimos cinquenta anos, sabe-se que esta festa era realizada esporadicamente por grupos de emigrantes, que dedicavam à Senhora de Cima como forma de agradecerem o seu sucesso e concretização profissional e pessoal, longe da sua terra natal.
Nos últimos oito anos, as festas de Nossa Senhora de Cima, têm sido realizadas anualmente, com a ajuda de uma comissão festa criada com esse intuito e que tem feito esforços por manter as tradições.
Um dos pontos altos desta festa, é a grandiosa procissão, composta por vários andores e figurados, mas também, um “Carro Triunfante” onde várias crianças entoam o hino à Senhora de Cima, e a “Dança do Rei David” também conhecida pela dança do rei mouro. Este é um elemento mais pagão da procissão e retrata uma recordação deixada pelos Mouros na região do Baixo Minho. Esta dança é feita normalmente por crianças vestidas com trajes de proveniência guerreira e executam passos acertados ao som de música supostamente de índole árabe. O nome Dança do Rei David, de acordo com algumas pesquisas, está supostamente associado à popularidade dos temas bíblicos e teológicos, muito divulgados em Portugal nos finais do séc. XV. Apesar do rei mouro ter sido transformado no patriarca bíblico David, esta dança continua, no entanto, a ser considerada pagã, daí, ser uma tradição que se tem vindo a perder.