Os incêndios florestais repetem-se em cada Verão, e ano após ano assistimos ao mesmo ciclo de imagens do inferno, que destroem uma das nossas maiores riquezas e ceifam vidas dos homens que combatem as chamas.
É comum ouvirmos que este brutal surto de incêndios dos últimos anos tem origem muitas vezes em ações e práticas criminosas. Isto é verdade, estão por aí à solta inúmeros pirómanos, que por impulsos de vária ordem lançam fogo por prazer patológico.
Claro que não é esta a única causa que explica o desastre que anualmente se abate sobre a floresta. É evidente que os montes não ardem só pela mão do crime. A falta de prevenção; o abandono daqueles que viviam da terra, pastores, agricultores, trabalhadores rurais; a ausência de um programa de manutenção das matas públicas; o abandono dos baldios e dos nossos montes, transformaram o território rural num potencial de combustão que deflagra ao mínimo rastilho, neste dias de forte calor e de baixa humidade.
Só será possível debelar esta calamidade com uma efetiva ação de prevenção de incêndios, que devem envolver várias entidades, nomeadamente o exército, tal como já aconteceu este ano no nosso concelho, colocação de vigilantes da natureza em pontos estratégicos, uma limpeza sistemática das matas e a concretização de um cadastro florestal.
Celorico de Basto possui uma extensa área florestal, e por isso, foi uma das zonas do distrito de Braga mais afectada pelos fogos.
Nestes dias de Verão viveram-se momentos de pânico, com populações a perderem alguns dos seus bens, dada a proporção dos incêndios que não têm dado tréguas aos bombeiros voluntários.
Várias vezes tivemos que chamar outras corporações para ajudar a combater os fogos florestais.
A verdade é que, entretanto, infelizmente já morreram nove bombeiros em serviço voluntário, que acabaram ceifados prematuramente a defender os nossos bens.
Não posso deixar de prestar a minha homenagem a todos os bombeiros vítimas dos incêndios e de uma forma geral, dado que também fui bombeiro sem farda durante dezoito anos na A.H.B.V.Celoricenses, agradecer e incentivar todos os soldados da paz a continuarem a prestar os seus serviços, de forma abnegada e voluntária, a toda a comunidade celoricense.
Como disse alguém os bombeiros são “heróis em cenários de inferno”.
Bombeiro Ferido
Tiago Manuel Marinho Carvalho, 29 anos, engenheiro civil, casado tem um filho.
Oficial Bombeiro de 2ª, ingressou nos B.V.C. com dezasseis anos.
Conhecido pelo enorme voluntarismo, mas também pelo seu rigor e prudência na abordagem às ocorrências.
No dia 13 de agosto de 2013 o bombeiro Tiago Carvalho ficou gravemente ferido, quando participava no combate ao fogo que lavrava no lugar do Castelo, concelho de Celorico de Basto.
O autotanque estava parado num local com muito declive, mas por volta das 23 horas destravou-se e deslizou cerca de 50 metros passando uma roda por cima do bombeiro.
Apesar da gravidade o jovem bombeiro está em franca recuperação.
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